terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Carta ao Papai Noel

O que pedir ao Papai Noel? Assim começa esse texto. Inicia com essa questão que, a princípio, parece tão infantil. Entretanto, há necessidade de um olhar mais leve nesse momento senão, corremos o risco de enlouquecermos dentro de um redemoinho de mentiras e descrenças. Basta estarmos por cinco minutos em frente a um telejornal que percebemos que nossos sonhos infantis perderam-se com o tempo. Como reviver aquela singela esperança num ano novo melhor se só enxergamos desastre social, cívico, político e cultural? O que pediríamos ao Bom Velhinho? Paz, saúde, amor, esperança, mais vergonha na cara? Poxa, os pedidos são tantos que nos deparamos com a possibilidade de escrevermos uma carta repleta de lamúrias.
Ao findar um ano, embora todos nós tenhamos passado por algum momento difícil, sempre guardamos alguma esperança, mas na atual conjuntura em que nos encontramos, que esperança ainda resta na caixa de Pandora? Como acreditar no Bom Velhinho, estando nós passando por uma avalanche de mentiras? Talvez devêssemos pedir luz na hora da escolha do voto para o ano que vem? Mas será que essa luz será suficiente para acertarmos?
Será que o Bom Velhinho é tão bom assim? Não estaria ele disfarçado de boa gente a fim de nos roubar a esperança? Não, não, não! Basta de conjecturas, vamos diretamente ao que interessa: o que vamos escrever na carta ao Papai Noel? Sim, se a você fosse dada a oportunidade de escrever essa carta, o que você pediria? E não vale dizer que só tem a agradecer, pois essa declaração é muito egoísta diante de tanta miséria, fome, tristeza e corrupção que assola a humanidade.
Por fim, cada um de nós pode listar uma grande quantidade de dores e tristezas que desejamos findar. Dar fim a dor é a nossa missão. Mas quais dores atormentam a humanidade? Dor física, emocional, psíquica? Somos capazes de nos emocionarmos com a dor do próximo? Talvez esse fosse o meu principal pedido ao Papei Noel, que as pessoas pudessem se emocionar com a dor do próximo. Quem sabe, dessa forma, saberia o quanto dói ser roubando na sua dignidade, na sua pureza, na sua ingenuidade e na sua infância particular. No Natal, todos nós, em algum momento, voltamos a ser criança por um instante e, ao relembrarmos esses momentos vividos no passado, queremos por um recorte no tempo, sermos apenas sorrisos de alegria. Tal qual uma criança sorri ao encontrar o seu presente embaixo da árvore. Ela não viu o Papai Noel, mas sabe que ele esteve ali e trouxe para ela a oportunidade de ser feliz.
A todos vocês, leitores, desejo um Natal repleto de emoção e muitas oportunidades de felicidade!
Feliz e abençoado Natal.

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